sábado, 14 de dezembro de 2013

Novo estudo aponta que cães foram domesticados 9 mil anos antes do que se acreditava

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Qualquer um hoje em dia sabe que os cães, os animais de estimação preferidos do ser humano, vieram dos lobos selvagens. No entanto, nunca esteve tão claro quando a domesticação ocorreu, com a teoria mais aceita marcando a época em mais ou menos dez mil anos atrás, junto de alguns dos primeiros assentamentos de humanos que estavam descobrindo a agricultura.
Apesar disso, um novo estudo feito pela UCLA mostra que a data seria bem anterior à apresentada até então: a domesticação teria ocorrido mais perto de dezenove mil anos atrás, na Europa!
A descoberta foi feita comparando os genomas mitocondriais de dezoito canídeos pré-históricos com quarenta e nove lobos modernos, setenta e sete cães modernos de uma variedade de raças, três raças de cães chineses antigos, e quatro coiotes. Com a informação, os pesquisadores fizeram uma árvore filogenética para determinar quando aconteceu a domesticação.
Os dados mostraram que quatro entre cinco raças modernas vieram graças à seleção artificial nos últimos séculos. Os restos mortais mais antigos que lembram cães modernos foram encontrados na Rússia, em torno de quinze mil anos atrás, apesar dos restos de lobos mais antigos terem trinta e seis mil anos e foram encontrados na Europa.
Ainda permanece um mistério como os humanos antigos foram capazes de domesticar uma espécie tão violenta e agressiva, mas a ideia mais aceita aponta que, graças aos homens e mulheres da época serem caçadores-coletores, parte dos lobos acabaram se concentrando na enorme quantidade de restos de caça deixados por aí. É possível então que estes lobos tenham se tornado menos territoriais com os humanos, ficando cada vez mais confortáveis, até que enfim a amizade foi feita.
A partir disso, diferentes grupos de caçadores-coletores e seus costumes começaram a influenciar a aparência dos lobos, quando estes se tornaram reprodutivamente isolados. Por causa disso, existem lobos modernos e migratórios que não acasalam com lobos que permanecem no mesmo local — algo que os pesquisadores acreditam ter acontecido com os primeiros exemplares domesticados.
Mesmo assim, ainda existem muitas perguntas sem resposta para o passado canino. Pesquisas futuras devem comparar os genomas nucleares de mais cães, que são incrivelmente complexos.
Por Alexandre Ottoni e Deive Pazos  

http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br

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